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Di N A L L Y L O V E B Y A C C I D E N T

Allyson narrando


- Ela não veio hoje. - Murmurei desanimada.

- Eu sei Allyson, mas relaxa. Ela precisa de um tempo, talvez esteja de ressaca... - Tentou brincar porem não gostei da brincadeira.

Bebida lembrava a boate. A boate me lembrava a loira. A loira me lembrava a pequena conversa. A conversa me lembrava de tudo o que fiz. E tudo o que fiz, lembrava que eu era uma idiota.

- Ela não podia ter feto isso comigo. - Murmurei colocando a mão na cabeça. Apesar de tudo, de toda a culpa, eu ainda insistia de que se ela tivesse me dado uma chance... Talvez as coisas estariam diferentes.

- Você fez pior que ela e sabe disso, ao menos ela não começou a se esfregar com a garota na sua frente. - A ironia estava presente na voz dele.

- parece que está defendendo ela.
- Murmurei olhando pela janela.

- E eu estou. - Disse sem se importar.

- Nossa que amigo eu fui arranjar.

- Antes um amigo sincero, do que um falso querida. - Piscou o olho para mim.

- Obrigada por me trazer, papai mandará um carro para mim até
a semana que vem. - Suspirei soltando o cinto de segurança.

- Sem problemas, quer que eu te espere? Assim te levo em casa.
- Ofereceu. Balancei a cabeça negando.

- Não se preocupe, pego um taxi quando sair. - Suspirei pegando minha bolsa. - Hoje converso com ela.

- Não esqueça que ela não é uma idiota. - Revirei os olhos.

- Sei disso, pensei muito sobre isso... Não mereço um: Sei que você não fez por mal, eu te amo mais do que qualquer coisa e não me importa o que aconteceu, estarei sempre ao seu lado.

Ele riu alto.

- Nem nos seus sonhos isso irá acontecer, Darling.

- Tchau até amanhã. - Murmurei saindo do carro. Quando dei a volta escutei o pequeno barulho do vidro elétrico sendo abaixado.

- Me liga para contar as novidades, vou dar uma passada na praia e arrumar uma paquera. - Fiz uma careta e ele riu mais ainda saindo em disparada pela estrada.

Entrei tentando acalmar meu coração. Ela não poderia fugir de mim aqui, ela era medica e precisava honrar seus compromissos.

Parei na recepção.

- Bom dia, posso ajudar? - A recepcionista perguntou educadamente.

- Hum... Bom dia, só queria saber se a doutora Savinon chegou, tenho uma consulta com ela hoje. - Mordi o lábio.

- A senhorita não recebeu nenhum telefonema aqui da clínica?

- Não... Deveria ter recebido? - Perguntei ansiosa.

- Bem, ligamos para as pessoas que tinham hora marcada com a Doutora Hansen, para avisar que nessa semana ela não irá atender nenhum paciente. Desculpe senhorita, deve ter ocorrido algum erro no sistema, ligamos para todos. Sinto muito. - Desculpou-se.

- E, quando ela estará aqui? - Perguntei.

- Na segunda feira. - respondeu sorrindo.

- E... Você poderia me informar o motivo de ela ter... Se afastado?
- Perguntei transparecendo uma calma que eu estava longe de sentir.

- Problemas pessoais, não sei ao certo. Mas a senhorita não precisa se preocupar, temos outro fisioterapeuta no lugar dela, a senhorita será atendida. - Sorriu.

- Não, não quero outro médico...

- Não precisa se preocupar, temos uma equipe excelente de médicos, todos muito bem formados e capacitados para nossos pacientes terem melhoras cada vez mais evidentes.

- Não duvido disso, só que... Eu preciso ser atendida pelo Dra. Dinah. Posso remarcar minha consulta para a semana que vem? Quando ela puder me atender?

- Claro senhorita. - Digitou algo no computador, clicou algumas vezes com o mouse. - Segunda feira as 15h, tudo bem?

- Perfeito. Muito obrigada.

- Não há de quê senhorita.

Sai da clínica remoendo isso.


{...}


- Espero que entenda Patrícia... - Disse me sentindo até um pouco culpada.

- Não se preocupe menina, está tudo bem, você esta melhor não precisa mais de meus cuidados, e já tenho outra cliente. - Sorriu me abraçando.

- Obrigada por entender.

- Claro que entendo.

- Hum... Onde esta Angel? Nunca mais a vi. - Murmurei.

- Desde que começou a namorar ela não faz mais nada que não seja com o Troy. - revirou os olhos.

- Primeira paixão é assim mesmo...

- Eu vou arrumar minha mala, e a de Angel, volto para minha casa hoje mesmo.

- Não precisa ter pressa... Eu não quis dizer que você precisa ir hoje... - Disse rapidamente.

- É melhor assim. Boa sorte nessa nova etapa menina. - Me abraçou novamente e saiu da sala.

Fui para meu quarto jogando-me sobre a cama.

Eu não conseguiria falar com Dinah essa semana. E talvez o máximo que eu conseguisse fosse um : Allyson, o que tínhamos acabou, aqui nossa relação não é mais do que, médica e paciente. Na faculdade professora e aluna.
Peço que entenda isso, não quero ter problema com essa questão. Entendido?

Bufei, era algo bem possível de acontecer mesmo.

Levantei e sentei-me em uma cadeira em frente ao espelho.

Analisei meu reflexo notando o pouco brilho em meus olhos.

- Vamos melhorar esse astral Allyson. - Murmurei para mim mesma.

Ri de uma ideia que se passou por minha cabeça, mas pensando bem...

- Dinah, me deixe falar por favor... Sei que sou a maior idiota da face da terra, por estar aqui, e por ter feito o que fiz. Eu deveria ter ao menos vergonha de te encarar e pedir desculpas, mas quando queremos algo devemos ir até o fim. E por isso estou aqui... Por que por mais que eu tenha errado, eu quero ao menos saber que você não guarda magoa de mim, não sou idiota ao ponto de achar que você ira me perdoar, ou me dar outra chance. Mas... Eu preciso realmente preciso ouvir de sua boca que você me perdoa, pode pedir para que eu suma de sua vida... Mas não me peça para não implorar- se for preciso- pelo seu perdão.

Respirei fundo. Aqui sozinha em meu quarto era muito fácil elaborar um discurso e dizer olhando apenas para um reflexo, tinha certeza de que quando fosse os olhos verdes dela me encarando... As palavras ficariam presas em minha garganta.

Passei a mão por meu cabelo... Céus, quanto a dor do arrependimento pode durar?

Pelo visto muito, já que aparentemente eu não notei nenhuma diferença.


{...}


- Allyson larga esse livro. - Harry disse sem paciência.

- estou estudando. - Menti sem o olhar.

- Serio? Pelo que eu pude perceber, você demorou vinte minutos em uma única pagina.

- É um assunto difícil, tenho que prestar atenção nos detalhes. - Menti novamente.

- Deixa de ser mentirosa. Relaxa mulher. - bufei largando o livro.

- Estou ansiosa, hoje ela deve vir.

- Você vai vê-la de qualquer forma, tem consulta com ela hoje, esqueceu?

- Mas vai demorar... Preciso ao menos ver e, ver os olhos dela... O sorriso dela. - Suspirei bobamente.

- O corpo dela. - Harry disse malicioso, dei um soco em seu braço

- Não faz isso, você pode me marcar. - Reclamou alisando o braço.

- Não sabia que você tinha essas frescuras. - Eu disse tentando relaxar.

- Não tenho, só não gosto de meu lindo corpo maçado. Agora levanta, aula da chata.

- Não vejo a hora de a aula acabar.

- Ela nem começou.

- Exato.


{...}


- Para de bater a porra desse pé, Allyson, isso já ta me dando agonia. - Harry exclamou, não parei, mas diminui o ritmo.

- Estou ansiosa. - Murmurei.

- serio? Eu nem tinha percebido. Relaxa garota.

Desistir de falar alguma outra coisa. Baixei a cabeça encostando-a na mesa. Fechei os olhos fortemente tentando ignorar as vozes da sala.

Ela viria, ou alguém viria avisar que , ela não pode comparecer a aula?

- Bom dia. - A voz rouca e totalmente conhecida, fez com que eu levantasse o rosto.

Ela estava aqui. Meu coração disparou forte, olhei para Harry ansiosa, ele apenas riu e revirou os olhos, provavelmente achando minha reação no mínimo exagerada.

- Ela veio. - Sussurrei para mim mesma.

- Acho que devo uma explicação a vocês. - Ela falou, sentando-se no tampo de sua mesa. - Me ausentei semana passada por que... Digamos que eu precisava espairecer um pouco, relaxar a cabeça. - Deu um meio sorriso.

E lá estava ela novamente, a maldita culpa estava em mim novamente.

- E agora esta tudo bem, certo? - Alguém do fundo da sala perguntou.

- Se o que planejo der certo, tudo ficará... Quase perfeito, afinal nada é perfeito. Mas por outro se o que planejo der certo, infelizmente terei de parar as aulas. - Os alunos fizeram um muxoxo o que a fez rir um pouco. - Mas não se preocupem... Eu sei uma pessoa que ficará feliz de ficar no meu lugar. Mas isso não ajuda vocês em nada. E ai? Algo difícil?

- Srta. Malvada - Algumas pessoas falaram juntas, ela riu.

- Vamos lá.


{...}


- Espero que tenham gostado da aula. - Ela sorriu.

Os alunos começaram as sair, alguns paravam e falavam algo com ela, sorrisos, apertos de mão, abraços e até beijos na bochecha.

Quando a sala estava quase vazia - Apenas Harry, ela e eu estávamos na sala.

- Vai lá. - Harry sussurrou e saiu da sala.

Respirei fundo, mas antes que eu sequer pudesse ir até ela...

Ela saiu da sala.

Fiquei uns segundos parada. Eu queria tanto falar com ela.

Não pensei em mais nada, corri em direção a saída da faculdade, ela deveria ter ido para o estacionamento.

Parei quando a vi apoiado com a mão em uma pilastra, ela falava no celular. Mesmo sabendo que isso era errado eu fiquei ali para ouvir.

- Sei, mas eu realmente preciso disso Ana Julia. - Ela puxou os cabelos.

- Não me interessa. Eu a amo, eu a amo, Ana. Faço o que for preciso para ter ela comigo. - Disse parecendo agoniada. E por um segundo, apenas um segundo eu pense na hipótese dela estar falando de mim.

- Eu dou um jeito, você é boa no que faz. Faça o que for preciso, eu quero e vou ter a Emily ao meu lado, esta me escutando?

- Tudo bem, obrigado por tudo.

Desligou o telefone.

E a minha vontade de falar, foi embora. Meu corpo escorregou pela parede que servia para ela não me ver.

Quem era essa Emily afinal de contas?

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