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A Walk To Remember Fayeyoko

"Eu vou a uma festa amanhã à noite." Yoko acariciava o cabelo de Faye enquanto elas estavam deitadas na cama.

Malisorn estava especialmente exausta naquele dia; ela tinha ido à escola cedo naquela manhã para pegar tarefas e material de estudo com a diretora Dang; sempre que não estava com Yoko, Faye passava o tempo estudando, e todo o esforço começava a cobrar seu preço.

Então, quando Yoko chegou em sua casa mais cedo naquela tarde, Faye se aninhou em seus braços e não se moveu desde então.

"Uma festa, hein?" Faye falou lentamente, confortável demais para conversar.

"Sim, o Clube Estelar está organizando uma festa para comemorar a passagem do cometa Hyakutake."

"Sim, você me contou sobre isso. Ninguém sabe quando vai voltar, certo?" Faye perguntou, prestando mais atenção agora.

"Isso. Eu nunca fui a uma festa antes." Yoko tinha uma voz baixa e constrangida.

"Bem, as que eu fui eram cheias de álcool e atletas idiotas, então, acho que sua festa já parece excelente. Você vai se divertir. Só não me ligue quando tiver bebido demais..." Faye brincou, mas Yoko não riu, Faye a observou por um instante, intrigada.

"E-eu acho que talvez beba um pouco. É o número 68 da minha lista." Yoko estava mordendo o lábio.

Faye sentou e cruzou as pernas para ficar de frente para Yoko. "Você estava nervosa para me dizer isso?"

"Um pouco. Quero dizer, isso é uma coisa patética para ter na minha lista?"

"Não. Se é algo que você quer fazer, então deve estar lá." Ela pegou a mão de Yoko.

"Eu só quero me sentir como uma adolescente normal, em uma festa semi normal do ensino médio."

"Então você irá. Que tal ter sua namorada super gostosa, durona e indiferente indo buscá-la depois, hein?" Faye abriu seu sorriso mais encantador.

"Hmm, agora, onde eu posso encontrar uma dessas?" Yoko brincou, colocando a mão no queixo. Faye fez beicinho e fez menção de se levantar, mas Yoko a puxou pela cintura. "Brincadeira, meu amor."

Faye deu a ela um olhar de 'é melhor que seja' e deitou-se em seus braços.


XXX


No dia da festa, Faye ficou com Yoko o dia todo e a ajudou a se arrumar. A garota tinha comprado um vestido preto de manga comprida para usar e, com toda a honestidade, Faye havia subestimado o quão bom ficaria.

Yoko voltou para o quarto depois de se trocar e Faye quase babou.

"Como estou?" ela perguntou, puxando as laterais do vestido.

Faye conteve a respiração. Ela conseguiu apenas assentir em resposta, sem conseguir formular palavras. Yoko soltou uma risada suave e corou levemente, antes de se sentar no colo de Faye. O vestido subiu por suas coxas, e Faye instintivamente tocou sua pele, acariciando-a com delicadeza.

"Então, o que você vai fazer na sua noite de folga?" Yoko perguntou, sua voz tão próxima que Faye podia sentir o calor da sua respiração em seu rosto.

Faye limpou a garganta, sem confiar que sua voz sairia clara. "Eu tenho um projeto para terminar...", ela murmurou.

"Tem certeza de que não se importa de me buscar mais tarde?"

"Claro que não, amor." Faye olhou para o relógio. "Certo, vamos indo, garota festeira." Sua voz ainda estava um pouco trêmula e ela achou que seria melhor se ela não estivesse mais em um quarto sozinha com Yoko.


XXX


Faye estacionou do lado de fora da casa de Engfa pouco depois da uma da manhã. A fachada parecia tranquila, mas assim que saiu do veículo e se encostou nele, pôde ouvir o som suave de música vindo de dentro. Provavelmente do jardim dos fundos ou do porão, pensou ela.

Enquanto esperava Yoko sair, Faye se questionava se sua namorada teria tido coragem de tomar aquela bebida ou não. Ela tentou, mas não conseguia imaginar Yoko tonta, muito menos bêbada. Não que ela fosse ficar bêbada; Faye não achou que essa fosse a intenção de Yoko quando disse que queria tomar uma bebida.

Passos ao longo da calçada interromperam seus pensamentos. Ela olhou para a direita e viu Dara caminhando, um pouco instável em seus pés, mas Faye definitivamente a tinha visto em piores estados. Felizmente, a casa de Dara ficava a apenas algumas portas da de Engfa.

Dara esboçou um sorriso triste ao reconhecer Faye. Parou a alguns passos de Malisorn, alternando o olhar entre ela e a casa. Ao juntar as peças e entender o motivo da presença de Faye, sua expressão se tornou ainda mais desconfortável.

"Ei..." Dara murmurou hesitante.

"Oi, Dara." Faye disse, sua voz neutra. Houve uma longa e desconfortável pausa entre elas.

"Sinto muito pelos panfletos." Dara disse, eventualmente.

Faye olhou para os pés, não estava mais com raiva dos panfletos, tinha coisas mais importantes em que pensar. "Não importa." Ela disse, porque não importava realmente.

"Sim..." Dara disse concordando. Faye esperava que ela fosse embora, mas aparentemente ela não tinha terminado. "Eu acho- eu acho que você está com quem você deveria estar."

Faye olhou para ela, um pouco confusa e cansada demais para perguntar.

"Yoko. É como se ela tivesse escolhido você." Dara disse, oferecendo um sorriso genuíno, mas desanimado.

Faye ponderou sobre isso e não conteve um sorriso. "Sim...", ela admitiu. "E eu não tenho ideia do porquê."

"Eu tenho." O sorriso de Dara era ainda mais fraco agora, quase desaparecendo. Mas então, ela se recompôs e se inclinou para dar um beijo rápido na bochecha de Faye, antes de se afastar rapidamente. Faye a observou por um instante, e então voltou a olhar para a casa.

Lá estava Yoko, seus olhos turvos, claramente tendo presenciado a troca. Ela parou no meio do caminho e estava esfregando os braços. Faye desencostou-se do carro para ir até ela, mas Yoko já havia se virado e estava voltando para dentro de casa.

Droga. Faye pensou, passando a mão pelos cabelos. A conversa com Dara tinha sido completamente inocente, e Yoko era o tema principal, mas ela sabia que para sua namorada potencialmente bêbada, poderia ter parecido o contrário.

Então, ela apressou o passo e seguiu Yoko para dentro da casa. Ao entrar, Faye se viu em um corredor. Havia alguns grupos reunidos ali, alguns até mesmo sentados nas escadas, e todos olharam para Malisorn como se uma girafa tivesse acabado de entrar pela porta.

Faye examinou os rostos de sua platéia, mas não encontrou Yoko. Seu olhar se fixou na pessoa mais intimidada ali, um garoto loiro baixo, e ela o encarou com firmeza. Sem precisar dizer uma palavra, os olhos do garoto se arregalaram e ele apontou para as escadas.

Faye lhe agradeceu com um aceno rápido e subiu correndo os degraus, abrindo caminho através da multidão de adolescentes que se afastavam para dar-lhe passagem. Ao chegar ao topo, ela invadiu o primeiro quarto que encontrou, assustando Engfa e Charlotte que estavam sentadas na cama aos beijos. As duas se afastaram uma da outra e Faye apenas recuou lentamente e fechou a porta.

Ela caminhou pelo corredor até o quarto ao lado e abriu a porta, um pouco mais cautelosamente desta vez, embora não tivesse certeza se algo poderia superar sua indesejada descoberta sobre as outras duas garotas neste momento.

O quarto estava escuro e aparentemente desocupada, mas Faye sabia que não devia se convencer.

"Ok, qualquer um com a bunda de fora é melhor se vestir antes que eu encontre o interruptor." ela avisou enquanto tateava a parede em busca do interruptor. Depois de alguns segundos, ela o encontrou, mas era um daqueles modelos que permitem ajustar a intensidade da luz. Ela o girou até que um brilho suave iluminasse o ambiente.

Ela quase pulou quando viu uma silhueta escura sentada na janela, então percebeu que era a de sua namorada. Ela entrou e fechou a porta suavemente.

Enquanto caminhava para o meio da sala, uma chorosa Yoko desviou o olhar da janela, onde estava sentada com os joelhos dobrados contra o peito, e se virou para Faye, que lhe ofereceu um pequeno sorriso.

"Estou feliz que você não seja um idiota." Faye brincou.

Yoko riu. "Ah, mas eu sou." Ela disse amargamente, e então virou a cabeça.

Faye caminhou até o parapeito da janela e sentou-se diante de Yoko com as pernas cruzadas. Ela ficou quieta e esperou que a namorada falasse.

"Eu nunca tive ciúmes antes. E eu sei, antes que você me diga que é besteira, eu sei. Eu sei que não foi nada, eu sei que posso confiar em você, Fa. E se - se eu não - você sabe - eu quero que você siga em frente. Claro que eu quero. Eu só... a imagem disso estava bem na minha frente e só... isso me deixou enjoada. E eu odeio que haja essa parte egoísta de mim, que quer que seja eu quem tenha você para sempre - mas como não posso quando você é você - não é justo -"

"Yo, pare." Faye não podia deixá-la continuar divagando. Ela segurou a parte de trás da cabeça de Yoko e puxou-a para encostar em seu peito, envolvendo a namorada em seus braços. Ela não sabia o que dizer, não havia palavras que pudessem curar a dor de Yoko, então ela apenas a abraçou.

Yoko recuou, o rosto manchado de lágrimas frescas. "Tenho mais amor por você do que sei o que fazer com ele, Fa. Tudo que eu quero é uma chance de te dar esse amor. E se eu não tiver essa chance?"

"Você vai, meu amor. Você vai." Faye prometeu.

Enquanto carregava Yoko cansada e adormecida de volta para casa, ela solidificou um plano em sua cabeça no qual estava trabalhando há semanas. Ela sabia o que queria, e sabia como fazer isso acontecer. Ela só esperava que Yoko também quisesse.

O tempo parecia estar acelerando e desacelerando ao mesmo tempo. Parecia que havia sido ontem que Faye estava naquela fábrica de cimento – completamente inconsciente de que aquela noite desencadearia uma cadeia de eventos que a levaria a Yoko. No entanto, agora, todos os dias com Yoko pareciam uma vida inteira, e ela supôs que era porque era assim que elas queriam que se sentisse. Como elas precisavam se sentir.


XXX


Faye acenou com a cabeça para o porteiro do cemitério enquanto carregava as peças finais do telescópio antigo para o carro e as colocava ao lado dele. Ela se sentiu mal em desmontá-lo sem a permissão ou o conhecimento de Yoko, mas tudo fazia parte de seu grande plano.

A primeira parte do plano era construir o "telescópio maior" que Yoko havia falado de construir, naquela primeira noite no cemitério, aquele que permitiria a ela ver o cometa Hyakutake. Yoko estava muito doente para construí-lo e tinha muita coisa acontecendo, então Faye iria construí-lo para ela.

Ela agradeceu ao porteiro enquanto entregava as chaves de volta para ele e se virava para o carro. Havia agora uma caminhonete familiar estacionado atrás de seu carro. Naga saiu dela, parecendo incrivelmente tímido.

Faye apertou a mandíbula e caminhou até os pedaços do telescópio no chão e começou a colocá-los no carro.

"Ei."

"Ei." Faye não olhou para ele enquanto dizia isso, mas sua voz não era hostil. Sem dizer uma palavra, Naga deu um passo à frente e começou a ajudá-la.


XXX


Menos de duas semanas se passaram, Faye estava bastante confiante quando parou do lado de fora da residência de Apasra. Desde a festa, a condição de Yoko piorou um pouco, e ela lutava para sair da cama nos últimos dias.

Faye arrastou um grande pedaço de papelão até a estação de trabalho que montou no quintal de Yoko, bem em frente à janela do quarto da jovem. Enquanto trabalhava, Yoko a observava de vez em quando, quando tinha ânimo para isso.

O reverendo Apasra não se mostrou muito receptivo ao projeto de Faye, mas também não fez objeções à sua presença em seu quintal. Faye não podia reclamar, já que ele dedicava a maior parte do seu tempo aos cuidados da filha, o que era mais do que compreensível.

Faye desligou a serra elétrica que estava usando e pegou um lápis para anotar algumas medidas, mas ao fazer isso ouviu o reverendo gritando.

"Yoko, querida? Qual é o problema?!"

Faye olhou para a janela de Yoko, uma nova onda de pavor tomou conta dela com o pânico na voz do reverendo.

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