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A Walk To Remember Fayeyoko

Blank voltou hoje!! Alguém vivo depois desse episódio? Eu sei que fui com Deus. Tenho alguns capítulos dessa história que eu absolutamente amei escrever, esse é um deles. Espero que gostem dele tanto quanto eu.


XXX



Em algum momento, Faye voltou até o carro para buscar o roteiro da peça, e ela e Yoko estavam sentadas no cemitério contra uma lápide, ensaiando as falas. Faye estava feliz com o fato de que seus ombros estavam se tocando.

"As pessoas me acham estranha, não é?" Yoko perguntou, e Faye ficou confusa por um momento, não se lembrando disso estar no roteiro. Ela olhou para a garota ao seu lado.

"Sim." Faye sorriu gentilmente.

"Porque tento ser legal com as pessoas?"

Malisorn pensou por um segundo. "Sim. Pode ser. Eu não sei."

"Você acha que eu sou estranha?" Yoko bateu com o ombro no de Faye, que foi pega um pouco desprevenida pela franqueza da garota.

"Sim, eu acho, mas isso pode ser algo bom."

Yoko sorriu agradecida e encostou a cabeça na lápide. Faye mexeu nos cantos de seu roteiro e mordeu o lábio.

"Seu pai não gosta de mim." Era quase inaudível, mas Yoko ouviu e abriu os olhos para olhar para ela.

"Ele não confia em você." Yoko respondeu, mas gentilmente.

Faye acenou com a cabeça. "Às vezes nem eu confio em mim."

Um momento se passou enquanto Faye erguia os olhos para as estrelas e Yoko olhava para Faye. Então a menina menor pegou o roteiro da mão de Malisorn e passou para a próxima cena. "Eu não tenho medo de você." Ela sussurrou antes de ler a página.

"Idem, Yo."

Mais tarde naquela noite, Faye estava deitada em sua cama e trocava os canais da TV. Ela escolheu um documentário britânico sobre a natureza e, em seguida, procurou papel e caneta e deu o título. Não tinha certeza de quanto tempo ficou ali deitada olhando para a página, mas eventualmente ela deve ter adormecido, o papel aconchegado em seu peito, intitulado com a frase "Lista dos Desejos"


XXX


"Por que Yoko Apsara está olhando para nós?"

O grupo estava em torno do armário de Faye, bagunçando antes da aula. Todos olharam para Yoko, que ainda estava olhando e riu.

"Aquela pequena Virgem Maria definitivamente quer pegar a Faye." Lux disse, curiosa.

"Isso é tão deprimente." Dara comentou, falhando em esconder a insegurança em sua voz.

Faye sentiu o nervosismo tomar conta de si, principalmente ao perceber o olhar atento de Lux que ia e voltava entre ela e Yoko. Malisorn era como um livro aberto para a amiga, não conseguia esconder nada dela.

"Ela está muito confusa." Faye disparou, na esperança de despistar Lux e o resto do grupo.

"Ela está vindo aqui..." Dara apontou para Yoko, que se aproximava, e o coração de Faye disparou em seu peito.

"Oi," disse Yoko, dirigindo-se apenas a Faye, que permaneceu em silêncio. Malisorn observou o olhar confuso de Yoko e o desconforto em sua postura enquanto ela balançava os pés de um lado para o outro. "Então... a gente se vê depois da aula?"

Naga, Lux, Dara, Kaew e Chai observavam Faye com expectativa. Todos aguardavam ansiosamente pela resposta que ela daria a Yoko.

"Nos seus sonhos." Disse com um sorriso malicioso. Yoko simplesmente a encarou, sem demonstrar raiva ou mágoa, como ela meio que esperava. Faye não tinha certeza do que era pior.

Yoko acenou com a cabeça em um gesto breve e se afastou. O rosto de Faye caiu enquanto o resto do grupo ria. Malisorn observou a outra garota desaparecer na multidão, uma pessoa melhor do que ela jamais seria, e ela sabia disso.



XXX



A caminhonete parou em frente à residência dos Apsara com Faye ao volante, a expressão carregada de desânimo. Ela olhou para a casa e suspirou.

Ao caminhar pelo caminho de pedra, engoliu em seco, tentando encontrar na memória outro momento em que se sentiu tão nervosa. Chegando à varanda, tocou a campainha. Segundos se transformaram em minutos, e ainda assim, nenhuma resposta. Insistente, tocou novamente. Finalmente, a porta se abriu, revelando Yoko. Faye a encarou, constrangida, mas antes que pudesse reunir coragem para falar, a porta foi abruptamente fechada em seu rosto.

Desesperada, Faye se inclinou para frente, apoiando as mãos na madeira lisa, e deixou a cabeça cair, tomada por uma mistura de decepção e vergonha. Ou talvez fosse apenas vergonha. "Vamos, Yo. Abra a porta. Por favor," ela murmurou baixinho, batendo algumas vezes com os nós dos dedos.

A porta se abriu novamente, e desta vez, Yoko se aproximou com passos hesitantes. Faye recuou um passo, e a garota se juntou a ela na varanda.

"O que você quer?" Apsara perguntou; braços cruzados protetoramente sobre o peito. E já era ela não ter medo de você, Faye.

"Você não está de bom humor." Faye observou, detectando o tom irritado na voz da outra garota.

"Você repara em tudo." Yoko disse, uma arrogância desconhecida em sua voz.

"Escute, Yo, eu esperava que pudéssemos praticar as falas juntas."

Yoko acenou com a cabeça. "Ok, mas ninguém pode saber, certo?"

"Bem, Dara é uma pessoa muito ciumenta. E achei que poderíamos surpreender a todos com o quão boa eu sou."

"Esse seria o motivo." Yoko zombou. "Então, você quer que sejamos amigas em segredo?" Apsara sorriu.

"Exatamente! É como se você estivesse lendo minha mente!" Faye afirmou enquanto Yoko continuava a sorrir.

"Excelente. Hum. Talvez você possa ler a minha também." O sorriso de Yoko se transformou em uma expressão vazia, deixando Faye desconcertada. Antes que ela pudesse reagir, Yoko se virou para voltar para dentro, deixando-a sozinha na varanda.

"Yoko. Yo, não posso simplesmente ser sua amiga. " Ela gritou, exasperada.

Yoko parou antes de fechar a porta. "Faye, olhe, eu pensei ter visto algo em você. Algo bom. Mas eu estava muito enganada."

A porta se fechou e Faye suspirou, descendo os degraus da varanda.

"DROGA, YOKO!" Ela não conseguiu impedir a explosão.

A porta se abriu e de repente o reverendo Apsara apareceu, furioso e ameaçador.

"Desculpe." Faye resmungou, envergonhada, e voltou para o carro.



XXX



Ao chegar em casa, Faye correu para seu quarto, buscando refúgio em seu espaço particular. A frustração a consumia, e seus passos agitados revelavam a angústia que a dominava. Ela não podia negar que se sentia péssima.

Seus olhos pousaram em seu anuário que descansava na cômoda. Como um imã, o objeto a atraiu, e ela o agarrou com força, buscando conforto em suas páginas. Deitou-se na cama e com cuidado, folheou as páginas até encontrar a foto de Yoko com seu sorriso radiante e olhar cheio de vida, Faye sorriu ao vê-la.

Ela olhou para baixo para ler a legenda:

Yoko Apsara

Cruz Vermelha; Clube Estelar; Clube de Teatro

Ambição: Testemunhar um milagre.



XXX



"Vamos, garota. Eu sei que você sabe como fazer isso." Faye encorajou Gyo, sentada ao seu lado com o livro de geometria aberto na mesma página de sempre. Gyo, porém, apenas girou sua bola de basquete nas mãos e encolheu os ombros, um olhar triste em seu rosto.

Faye suspirou e passou a mão pelos cabelos, frustrada com a dificuldade da tarefa. Seus olhos vagaram pela sala de aula em busca de ajuda, mas encontraram apenas alunos concentrados em seus estudos. A única exceção era Yoko, que observava o que Faye fazia.

Malisorn, por outro lado, evitava contato visual com Yoko, seus olhos voltados para a janela que dava para a quadra de basquete.



XXX



"Ok, somos você, eu e a cesta. Formamos os três vértices de um triângulo. Agora, dê um passo em direção à cesta."

Faye e Gyo estavam a poucos metros de distância na quadra de basquete e a vários metros de distância da cesta. Gyo seguiu suas instruções e as duas se adiantaram.

"Agora estou no mesmo ângulo de antes com você e a cesta?"

"Sim." Disse Gyo, sua bola de basquete ainda na mão.

"Você está?"

"Sim."

"Então, o que acabamos de fazer?" Faye perguntou, já satisfeita com o progresso de Gyo.

"Uh, um triângulo semelhante?"

Malisorn sorriu. "Sim." Gyo sorriu de volta.

"Ok, faça-me um isósceles." Ela instruiu e Gyo deu um grande passo para a esquerda. Faye viu Yoko observando-as pela janela da sala de aula.

"É isso aí, garota. Dois lados iguais." Gyo sorriu ainda mais.

"Ok, chega disso. Vamos jogar." E ela ergueu as mãos para Gyo jogar a bola.



XXX



Uma semana se passou desde o encontro constrangedor na varanda da família Apsara, e o silêncio entre Yoko e Faye parecia ecoar em todo o grupo de teatro. Malisorn, por sua vez, observava essa situação com uma mistura de tristeza e estranhamento. Sem a ajuda de Yoko para ensaiar suas falas, ela se viu mais retraída, passando grande parte do tempo em seu quarto ou no jardim, praticando o roteiro sozinha.

Durante os ensaios, a comunicação entre Yoko e Faye se limitava ao necessário. Havia momentos, no entanto, em que Faye, como que por acidente, fazia algo bobo e encontrava Yoko rindo dela. As travessuras se tornavam cada vez mais frequentes, às vezes até mesmo intencionais.

Malisorn também se pegava observando Yoko com frequência, notando cada detalhe em sua aparência, desde um novo corte de cabelo até uma blusa diferente. Coisas que antes passavam despercebidas agora despertavam sua atenção.

Em um ponto, ela até se viu na livraria local, na seção espiritual / religião. Ela escolheu um livro e se sentou em um canto, se perguntando por que demorou tanto para fazer isso.

Esses eventos, e a constante presença de Yoko em seus pensamentos, a conduziram à clínica de reabilitação na rua Oak. Ao entrar na sala, encontrou Marissa assistindo a um filme, aparentemente alheia ao que se passava na tela.

Faye abaixou a cabeça envergonhada e entrou na sala. Marissa virou a cabeça para reconhecer sua presença, mas depois voltou a olhar para a TV.

"Hum, é... vim dizer que sinto muito."

Marissa apenas deu de ombros. "Sente-se melhor?"

"Não. Eu me sinto uma merda."

"Quer saber? Eu- eu realmente pensei que queria ser sua amiga." Ela sorriu amargamente e balançou a cabeça. "Agora eu não tenho ideia do porquê. Nenhuma idéia."

Nem eu, Marissa. Pensou Faye.

"Eu dei aquele salto uma vez. Pensei que eu fosse durona. Eu me lembro de dizer que eu... eu queria cair de barriga."

"Doeu?"

"Muito." Faye respondeu honestamente.

"Que bom." Marissa disse, com frieza, mas sorriu levemente e Faye retribuiu.

"Então, acho que te vejo na escola?" Marissa acenou com a cabeça em reconhecimento, mas não disse nada.

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